AAgora as
coisas estão bem diferentes.....
Cheguei aqui em Rio Grande com 35 anos, já era casada
e tinha quatro filhos, não tinha onde
morar. Não sabia o que fazer comecei a lavar roupas para fora e meu marido
vendedor de rua. Os anos passaram e pouco a pouco comecei a construir minha
casa, hoje é bem grande e bonita.
Minha infância não foi nada fácil. Com sete anos comecei a trabalhar em casa, acordava às
cinco horas da manhã para fazer CAFÉ
para os meus pais. A casa tinha que
estar bem super limpa. As panelas da minha mãe eram de barro.
Acordava
super cedo para ir buscar água em um RIO que era um pouco longe lá de casa,
voltava com a lata d”água na cabeça, no outro dia eu ia lavar roupa na beira do riacho.
Não tinha o direito de sair para festas.
Namorado? Nem pensar, se pensasse em
namorar apanhava, mas as vezes eu fugia para namorar escondido. Minha mãe nem sonhava, pegar na mão? nem pensar,
beijar? Pior ainda.
Agora as coisas estão bem diferentes.....
Luana Fernandes Mota 6ª série Matide Mota -
70 anos
Minha História
Aos oito anos comecei a trabalhar na
roça com meu pai que deixou de herança as terras da minha infância. Não tive
estudo, mas aprendi vivendo com dificuldade. o que não faltava era amor e
carinho dos meus pais e irmãos.
Nos finais de semana, tão esperados, me
divertia a correr nos campos, brincava com um sorriso inocente de criança,
naqueles minutos esquecia todos os momentos de agonia sobre o sol a trabalhar
na lavoura.
Enquanto
trabalhávamos meu pai ia contando histórias e conforme ele contava eu ia esquecendo do sol quente sobre mim.
Depois de um dia árduo, já em casa, fumegava no fogão a lenha uma feijoada mais perfumada do que o cheiro
de terra quando chovia , era um agradável aroma de cinco maravilhosas folhas de
louro. As inúmeras delícias que minha mãe fazia ainda têm gosto fresco na minha
boca , quem dera se eu pudesse voltar no tempo e passar pelo menos um dia com
meus pais que infelizmente não estão mais aqui.
Thalia
Silva de Souza
Manoel Luciano de Souza 70 anos
Lembranças do passado
Tenho várias lembranças de minha infância.
Tinha momentos de brincadeiras e de trabalho.Mesmo na simplicidade havia
brincadeiras
como de bonecas
de pano (costuradas com retalhos e restos de roupas), cavalinhos de taquara e
de casinha em montes de areia.
As roupas que eu e meus sete irmãos usávamos eram feitas em casa, meu
pai comprava dos mascates peças inteiras de tecido - uma para roupas de menino
e outra para roupas de menina. Um fato interessante, mas na época triste,
era quando saíamos com roupas iguais, as pessoas zombavam, e, nos chamavam de
“par de vasos”. Talvez seja coisa da minha cabeça, mas deve ser por isso que hoje
eu e mais duas irmãs somos costureiras.
Trabalhei muito plantando verduras e legumes, quando não estava na roça
me ocupava com as tarefas domésticas que eram divididas entre mim e minhas irmãs mais velhas
a cada semana uma ficava responsável por essa lida.
Gostava muito de estudar, no entanto parei na
segunda série, naquela época era muito comum as crianças pararem de estudar
para ajudar em casa, trabalhar na roça ou cuidar dos irmãos mais novos, eu fui
uma dessas crianças. Lembro do cheiro de rosas que cercavam a
pequena escola, onde sonhava ser professora.
São lembranças que ficam na memória, é muito
bom poder compartilhar e novamente recordar.
Alison Abreu Vieira
Maria Vaz - 73
anos
Adorei
ver a história de minha mãe fazendo parte desse trabalho maravilhoso
que foi realizado. Esse trabalho permite a aproximação dos jovens com os
idosos,conhecendo suas lembranças.Tenho certeza que se não fosse através
desse trabalho meu filho não conheceria a história da avó.As fotos
estão lindas,então aquela menininha, que linda!Parabéns,precisamos de
mais mestres assim!
VAGA-LUMES A ESPREITA
Morávamos em uma fazenda no interior de Rio Grande, lá trabalhamos por
muito tempo, eu, meus pais e irmãos.
Depois
de alguns anos me mudei para o centro da cidade, mas a vida foi muito difícil, meu
pai ficou desempregado e nós tivemos que voltar
para a fazenda. Meus pais tinham
uma vida simples e me educaram com muita dificuldade.
Acidente
de trator, a morte do meu avô... foi tudo muito triste, mas passou. Sinto
saudade do meu cavalo Zulu de pelo lisinhos.
Meu pai me contava muitas histórias, eu era
pequeno... Quando teimava ele falava: __
Os escravos vão te pegar! Na fazenda tinha uma figueira centenária que
era do tempo dos escravos, eles eram açoitados e muitas morriam de tanto
apanhar. Na imensidão da noite os vaga-lumes, na minha inocência de criança,
eram os olhos dos escravos me olhando. Bom, isso é minha história conto meu
passado e vivo meu presente …
Crislei
Caldas
Carlos Augusto Henriques de Mello - 50 anos