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segunda-feira, 18 de junho de 2012


Pão assado pé queimado
            
         Nasci em Canguçu no 4º distrito. Minha infância foi só dificuldade, pois  éramos pobres. Em Canguçu eu e minha irmã Iara adorávamos dançar, o baile ficava em uma casa simples onde tinha mesas com cadeiras, era uma folia, à noite esquentava  a alegria. Dançávamos até cansar com nosso  par.  A 'fita' do Trio Parada Dura tocava sem parar, adorava bailar, pois era linda e vivia  a encantar.
            Naquele tempo, ainda pequeno, brincava com minhas irmãs de fazer bonecas no barro, as vezes à noite olhava as estrelas com meu cachorro, corria por entre as plantações de milho, me divertia pra valer.
               A vida era muito dura, à noite tinha que fazer pão  sentada na cadeira ao lado do fogão esperava  o pão assar.  Adormecia.  Acordava de supetão com fagulhas que caiam no chão, as faíscas queimavam meus pés.
                Lembrança boa era quando minha mãe Doralicia fazia aquela feijoada de dar água na boca, pois enquanto brincava exalava pela casa o cheirinho de feijão novo. Foi complicada minha infância não pude estudar, pois tive problemas de visão.  Minhas  irmãs chegavam em casa contando o que acontecia na escola , eu ficava apavorada.
      Ajoelhar em tampinhas  por quinze minutos, apanhar de régua nas mãos, castigos severos  aplicados pelo professor. Enquanto aplicava os castigos falava: “Não vou admitir  malcriação vocês não têm respeito e nem educação. Mas apesar de tudo hoje tenho muito orgulho de relembrar fatos importantes de minha vida.
                                                                          
                                             Patricia Ferreira Viana – 8º ano
                                                        Srª Maria Boeira Ferreira- 73 anos