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domingo, 28 de agosto de 2011

Pé de lata Boi de Osso



Pé de lata Boi de Osso
Nasci nos campos. Vim ao mundo em Pinheiro Machado, todo manchado de sangue. Minha mãe teve muito trabalho para me criar no meio do mato, distante de tudo.. Mas, apesar das dificuldades a felicidade brotava nos campos de Santa Fé. Vivia numa casinha que só tinha quarto, banheiro e cozinha. A casa era feita de barro e capim Santa Fé, quando amanhecia parecia um jardim, parede de barro teto de capim.
Naquele tempo as festas eram feitas embaixo de uma cobertura de capim Santa Fé e no centro um pau de eucalipto. Me lembro até hoje, deu uma ventania e o pau de eucalipto caiu na minha cabeça, me dando de presente um corte um pouco menor que enorme. Na época não frequentava a escola estudava na casa do professor era um aluno por dia, e nós tínhamos que obedecer se não, o milho comia. Mas, tudo bem, o que importava mesmo eram as brincadeiras.Duas latas e um pedaço de barbante e num instante ficava gigante, era o pé de lata.Também brincávamos de esconde-esconde e boi de osso na ribanceira que tinha do lado do poço. Todos os dias me levantava, tomava leite direto da vaca e ia logo brincar com meus bois de osso.
Curral feito de gravetos cheios de ossos brancos que eu pegava dos bois mortos carneados pelos meus pais que dessa lida viviam.Engraçado como as dificuldades influenciam nas brincadeiras de criança, qualquer coisa vira vida. Os ossos na minha imaginação eram bois, carrinhos, carroças e cavalinhos brancos.
Hoje quando falo para meus netos em pé de lata e boi de osso, ficam me olhando com olhos arregalados. Essa é minha história e, apesar das dificuldades sei que é especial pois, são minhas lembranças e são únicas.
Sthéfani Souza Coelho – 6º
Sr. Paulo dos Santos – 76 anos
Rio Grande – 2010




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