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terça-feira, 1 de maio de 2012


AAgora as coisas estão bem diferentes.....

Cheguei aqui em Rio Grande com 35 anos, já era casada e  tinha quatro filhos, não tinha onde morar. Não sabia o que fazer comecei a lavar roupas para fora e meu marido vendedor de rua. Os anos passaram e pouco a pouco comecei a construir minha casa, hoje é bem grande e bonita.     
Minha infância não foi nada fácil. Com sete anos  comecei a trabalhar em casa, acordava às cinco horas da manhã para fazer CAFÉ  para os meus pais. A  casa  tinha que  estar bem super limpa. As panelas da minha mãe eram de barro.
          Acordava super cedo para ir buscar água em um RIO que era um pouco longe lá de casa, voltava com a lata d”água na cabeça, no outro dia  eu ia lavar roupa na beira do riacho.
      Não tinha o direito de sair para festas. Namorado? Nem pensar, se pensasse  em namorar apanhava, mas as vezes eu fugia para namorar escondido. Minha  mãe nem sonhava, pegar na mão? nem pensar, beijar?  Pior ainda.
     Agora as coisas estão bem diferentes.....
                                                                                        Luana Fernandes Mota 6ª série Matide Mota - 70 anos


Minha História

         Aos oito anos comecei a trabalhar na roça com meu pai que deixou de herança as terras da minha infância. Não tive estudo, mas aprendi vivendo com dificuldade. o que não faltava era amor e carinho dos meus pais e irmãos.
   Nos finais de semana, tão esperados, me divertia a correr nos campos, brincava com um sorriso inocente de criança, naqueles minutos esquecia todos os momentos de agonia sobre o sol a trabalhar na lavoura.
Enquanto trabalhávamos meu pai ia contando histórias e conforme ele contava eu ia  esquecendo do sol quente sobre  mim.
    Depois de um dia árduo, já em casa,  fumegava no fogão a lenha  uma feijoada mais perfumada do que o cheiro de terra quando chovia , era um agradável aroma de cinco maravilhosas folhas de louro. As inúmeras delícias que minha mãe fazia ainda têm gosto fresco na minha boca , quem dera se eu pudesse voltar no tempo e passar pelo menos um dia com meus pais que infelizmente não estão mais aqui.

Thalia Silva de Souza   
Manoel Luciano de Souza  70 anos




Lembranças do passado

       Tenho várias lembranças de minha infância. Tinha momentos de brincadeiras e de trabalho.Mesmo na simplicidade havia brincadeiras
como de bonecas de pano (costuradas com retalhos e restos de roupas), cavalinhos de taquara e de casinha em montes de areia.
    As roupas que eu e meus sete irmãos usávamos eram feitas em casa, meu pai comprava dos mascates peças inteiras de tecido - uma para roupas de menino e outra para roupas de  menina. Um fato interessante, mas na época triste, era quando saíamos com roupas iguais, as pessoas zombavam, e, nos chamavam de “par de vasos”. Talvez seja coisa da minha cabeça, mas deve ser por isso que hoje eu e mais duas irmãs somos costureiras.               
    Trabalhei muito plantando verduras e legumes, quando não estava na roça me ocupava com as tarefas domésticas que eram  divididas entre mim e minhas irmãs mais velhas a cada semana uma ficava responsável por essa lida.
   Gostava muito de estudar, no entanto parei na segunda série, naquela época era muito comum as crianças pararem de estudar para ajudar em casa, trabalhar na roça ou cuidar dos irmãos mais novos, eu fui uma dessas crianças.   Lembro do cheiro de rosas que cercavam a pequena escola, onde sonhava ser professora.
  São lembranças que ficam na memória, é muito bom poder compartilhar e novamente recordar.

Alison  Abreu Vieira
Maria Vaz - 73 anos

 Adorei ver a história de minha mãe fazendo parte desse trabalho maravilhoso que foi realizado. Esse trabalho permite a aproximação dos jovens com os idosos,conhecendo suas lembranças.Tenho certeza que se não fosse através desse trabalho meu filho não conheceria a história da avó.As fotos estão lindas,então aquela menininha, que linda!Parabéns,precisamos de mais mestres assim!
Zuleida Abreu


   


VAGA-LUMES A ESPREITA
    Morávamos em uma fazenda no interior de Rio Grande, lá trabalhamos por muito tempo, eu, meus pais e irmãos.
      Depois de alguns anos me mudei para o centro da cidade, mas a vida foi muito difícil, meu pai ficou desempregado e nós tivemos que voltar  para a fazenda.  Meus pais tinham uma vida simples e me educaram com muita dificuldade.
    Acidente de trator, a morte do meu avô... foi tudo muito triste, mas passou. Sinto saudade do meu cavalo Zulu de pelo lisinhos.
Meu pai me contava muitas histórias, eu era pequeno...  Quando teimava ele falava: ­__ Os  escravos vão te pegar!  Na fazenda tinha uma figueira centenária que era do tempo dos escravos, eles eram açoitados e muitas morriam de tanto apanhar. Na imensidão da noite os  vaga-lumes, na minha inocência de criança, eram os olhos dos escravos me olhando. Bom, isso é minha história conto meu passado e vivo meu presente …
Crislei  Caldas
Carlos Augusto Henriques de Mello - 50 anos

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