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domingo, 28 de agosto de 2011

Histórias e mais histórias




           PIMENTA ARDIDA
 
    Me chamo Pimenta, Pimenta é sobrenome. Pimenta ardida foi minha vida, comecei cedo na lida. Com onze anos já trabalhava de leiteiro.
Assim começo minha história puxando pela memória. Morava em uma casa humilde, pequena, de madeira. Lá éramos felizes. Antigamente ônibus não existia. Passeio quando fazia era de bonde que eu ia. Por muito tempo de carroça eu andei, de cima dela eu desabei e o braço eu quebrei. Nos dias de chuva eu brincava dentro de casa com espigas de milho que para mim eram como se fossem bonecas. Eu ainda tenho recordações boas como o samba que eu amava e ainda amo.Hoje o que arde é meu coração quando escuto o samba que ainda me enche de emoção.
Ivoni Pimenta (71 anos)
Andressa Pereira Silveira
Minha Vida
Minha Vida começo a contar, os momentos que eu gostava de brincar. Eu chegava na escola e lia o ABC, falando para todo mundo que eu já sabia ler. Naquele tempo eu gostava muito de ir à praia, não chegava a ser bem uma praia, era um LAGO!!! Me atirava naquela água gelada. Teve um dia em que eu e mais três amigos estávamos andando perto do lago e vimos uma casa muito grande, suja e assustadora. Pensamos em entrar e ver o que tinha lá dentro, mas fomos embora para casa. No outro dia um amigo nosso falou que lá morava uma velhinha, mas ainda ficamos com medo. A gente foi até a frente da casa e entramos para ver se realmente era mal assombrada como diziam. A velhinha chegou bem na hora que estávamos saindo, rapidamente nos escondemos no jardim e, quando ela entrou fomos embora.Tudo o que o povo falava sobre aquela casa era história. A casa da velhinha era normal como qualquer outra. Depois daquele dia eu nunca mais acreditei no que diziam.
Leda S. Marafina (60 anos)
Jéssica Doro Marafina
Minha Infância
Eu vivi até os nove anos com meus pais e irmãos numa casa de campo rodeada de árvores. Meu pai faleceu, minha mãe adoeceu. A vida ficou ainda mais difícil. Minha mãe não suportou criar treze filhos, o mais novo com um mês e o mais velho com dezessete anos. Então, fomos pra cidade. Lá estudei até a segunda série, com onze já trabalhava em casa de família. A gente começou a passar fome. Minha mãe sempre doente teve que distribuir os filhos, um para cada lado.
Esquecendo um pouco as agruras da vida, a época que mais sinto saudade é da casa no campo e das nossas brincadeiras.
Minha casa era estilo a uma casa antiga, grande tipo uma casa de fazenda, tinha animais, hortas e muitas árvores. Eu adorava brincar de casinha, subir em árvores, tomar banho de riacho e brincar de bonecas. Não tinha bonecas de verdade, nossas bonecas de verdade eram abóboras de pescoço. Lá fora não tinha brinquedos, a gente brincava com a imaginação..
Odete Soares (45 anos)
Kerolaiye Soares
Boneca de Milho
Minha casa era grande, a comunidade era ótima. Todos eram muito gentis e educados, uns com os outros. Na verdade todos se encontravam na praça da vila que na época era o mais bonito local de encontros da comunidade. Em dias de festas eu e minhas amigas brincávamos com nossas bonecas de pano, de espigas de milho, pés de lata, pernas de pau e outras brincadeiras. Em casa brincava com minha única boneca que fiz com espiga de milho. Nas brincadeiras a imaginação corria solta. Quando que alguém iria imaginar que num milharal se acharia uma boneca de espiga. Me acostumei a fazer minhas bonecas de espiga. Depois conheci as bonecas verdadeiras, quando eu olhava elas na loja, mas não via beleza nem brilho como àquelas que havia deixado em casa. Mesmo com pernas e braços não tinham tanta graça. As minhas bonecas de milho eram mais interessantes e mais bonitas, já que era eu mesmo que fazia, sabia passo a passo, detalhe por detalhe.
Hoje aquela menina ficou na lembrança , e quando vejo milhos pulando em uma panela fervente, sei que as bonecas da infância agora viraram pipocas salgadinhas numa tarde de domingo.
Ruthiely Rocha
Kerolayne Oliveira

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